Cólica Infantil: O Que É Normal e O Que Merece Atenção Médica
Postado em: 09/05/2025
A Cólica Infantil é uma das principais queixas nos primeiros meses de vida dos bebês e também uma das maiores causas de insegurança entre os pais.
O choro intenso e frequente, muitas vezes sem causa aparente, pode gerar angústia, especialmente entre os cuidadores de primeira viagem.
Apesar disso, é importante saber que, em grande parte dos casos, a cólica é uma condição fisiológica e autolimitada, relacionada à imaturidade do sistema digestivo do bebê.
Aos poucos, o organismo se adapta ao novo ambiente fora do útero, e os episódios de cólica tendem a diminuir naturalmente após o terceiro mês de vida.
No entanto, é fundamental saber diferenciar o que é esperado dentro da normalidade e o que pode indicar a necessidade de avaliação pediátrica mais cuidadosa. Confira considerações a seguir!
O que é a cólica infantil e por que ela acontece?
A “Cólica Infantil” é definida como episódios de choro intenso, geralmente no fim da tarde ou início da noite, que ocorrem em bebês saudáveis, sem nenhuma outra causa clínica aparente.
Ela está relacionada à imaturidade do trato gastrointestinal, que ainda está aprendendo a lidar com a digestão do leite e a movimentação natural do intestino.
Algumas possíveis causas ou fatores que favorecem o surgimento das cólicas incluem:
- Imaturidade do sistema digestivo;
- Engolir ar durante a mamada (aerofagia);
- Sensibilidade a componentes do leite (inclusive proteínas do leite de vaca);
- Excesso de estímulos no ambiente, que podem gerar desconforto.
A cólica costuma começar por volta da segunda semana de vida e tende a desaparecer espontaneamente por volta do terceiro ou quarto mês, sem deixar sequelas.
Se o bebê apresenta cólicas, mas mantém bom ganho de peso, mama bem e, entre as crises, se mostra tranquilo e saudável, trata-se, na maioria das vezes, de uma cólica fisiológica.
Quando a cólica infantil exige atenção médica?
É preciso ficar atento a alguns sinais que podem indicar que o choro do bebê tem outra causa além da cólica esperada para a idade.
Procure ajuda médica se o bebê apresentar um ou mais dos seguintes exemplos:
- Choro persistente por mais de três horas, sem intervalos de alívio;
- Recusa frequente ao seio ou à mamadeira;
- Vômitos em jato ou presença de sangue nas fezes;
- Febre ou perda de peso;
- Alterações no comportamento mesmo fora das crises de choro.
Esses sinais podem indicar condições como refluxo gastroesofágico, alergias alimentares, infecções ou outros problemas que requerem diagnóstico e tratamento.
Maneiras seguras de aliviar a cólica infantil em casos “normais”
Para lidar com as cólicas fisiológicas, medidas simples podem oferecer conforto ao bebê e tranquilidade aos pais.
Algumas estratégias incluem:
- Fazer massagens circulares suaves na barriguinha do bebê;
- Oferecer um ambiente calmo, com pouca luz e sons suaves;
- Colocar o bebê de barriga para baixo no colo (com supervisão);
- Usar compressas mornas na barriga, com cuidado para não queimar a pele;
- Garantir uma boa pega durante a amamentação para evitar engolir ar.
O acompanhamento com a pediatra é fundamental para orientar os pais sobre a melhor forma de aliviar o desconforto, sem recorrer a automedicação ou intervenções desnecessárias.
Se você tiver qualquer suspeita de que a cólica infantil está indo além do esperado, não deixe de buscar ajuda.
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Pediatra e Neonatologista
CRM: 151730
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